Capítulo 4
Começou tudo assim meio esquisito, igual quando iniciamos em emprego novo. Mas ela estava determinada, como a data do meu – do nosso –aniversário estava próxima, fiz a bobagem de marcarmos uma festa única.
Sim, eu sou doida de pedra. Quando criança cai de cara no chão e ficaram essas sequelas.
Preciso dizer que a festa foi uma gafe? Que me senti a chifruda mais aparecida dos últimos tempos? Ali a Maria Angélica mais linda do que nunca, colhendo suspiros de meus amigos e pragas de minhas amigas. As casadas agarraram seus maridos. As solteiras ficaram alertas. Me senti mal, muito mal. No fim da noite já queria deletar aquele ser humano do mundo.
- Você é louca, trazer essa mulher para cá.
- O que foi Mary? Está com algum problema que não quis me contar?
- O que pensa em deixar essa aí ficar assim tão próxima do Jorge?
- Trazendo o inimigo para dentro de casa? É uma boa estratégia.
Maria Vera a esposa do Grandão entrou em crise, achava que a tal Maria Angélica estava dando em cima dele.
Maria Suzi minha cunhadinha disse que eu era corajosa e louca.
Que fiasco. Queria sumir, desaparecer. Onde eu estava com a cabeça? Mas, ela estava ali e a responsabilidade era toda minha. O Jorge? Ah! O Jorge estava feliz, em paz, fez o papel de anfitrião muito bem. Que gafe. Que mico. Parece que foi a noite mais longa da minha vida.
Mas ela passou, os dias também passaram, e tentei esquecer a tal Maria Angélica.
Mas, ela não me esqueceu, e confesso, era uma companhia agradável, alguma das minhas amigas foram se afeiçoando a ela, é claro que algumas ainda achavam que eu estava fazendo um jogo do tipo “colocar o inimigo dentro de casa para ter controle”, isso não era verdade, eu confiava no Jorge, eu confiava nela.
Que fiasco. Queria sumir, desaparecer. Onde eu estava com a cabeça? Mas, ela estava ali e a responsabilidade era toda minha. O Jorge? Ah! O Jorge estava feliz, em paz, fez o papel de anfitrião muito bem. Que gafe. Que mico. Parece que foi a noite mais longa da minha vida.
Mas ela passou, os dias também passaram, e tentei esquecer a tal Maria Angélica.
Mas, ela não me esqueceu, e confesso, era uma companhia agradável, alguma das minhas amigas foram se afeiçoando a ela, é claro que algumas ainda achavam que eu estava fazendo um jogo do tipo “colocar o inimigo dentro de casa para ter controle”, isso não era verdade, eu confiava no Jorge, eu confiava nela.
Ninguém é dono de ninguém, se o Jorge com essa aproximação descobrisse que ela era a mulher da vida dele, que assim fosse. O importante era ser feliz. Odeio pássaros em gaiolas e o amor é assim livre para ir e vir, ele não pode ser aprisionado, confiscado, tomado. Ele vem por livre e espontânea vontade e fica o tempo que quiser ficar.
Que bom que o Jorge preferiu ficar.
A amizade fluiu de forma adorável, minha família adorava a Maria Angélica, sua presença em minha casa tornou-se natural, já havia até coisas dela espalhadas pela casa. Não tinha graça ir ao cinema sem ela, ao shopping então nem se fala, adorávamos ficar ali só olhando vitrines ou sentadas na praça de alimentação observando pessoas. Passei a ser recebida com naturalidade entre os familiares dela, naquela época a banda estava ainda deslanchando. Sempre estive envolvida em algo, nunca fiquei parada, estagnada e, arrastava a Maria Angélica para os meus shows, para as minhas loucuras, para os turbilhões de festas e diversões.
Eu havia ganhado uma nova amiga e o principal, ela era minha alma gêmea.
Com o tempo fui ouvindo frases aqui, frases ali.
- A Maria Angélica é uma gata, mas sei lá, não consigo paquerá-la, tenho a impressão que estou paquerando você – Meu irmão Rafael.
- Quem é essa garota no vídeo? É sua irmã? – Tia do Jorge
- Mary sua irmã está lhe esperando aqui embaixo – Porteiro do prédio.
Não éramos exatamente parecidas, mas havia algo que nos aproximava, algo que acentuava as semelhanças. Convidei-a para fazer parte da banda como back-vocal e passamos a nos vestir igual, realmente eu tinha que admitir éramos parecidas.
Ela não era tão atirada e despojada como eu, era tímida, mas possuía um sorriso que provocava um carisma alucinante.
Pronto, a minha amiga tinha virado cantora de banda de bar.
O Jorge? O baterista, dono de uma voz de barítono e tenor espetacular estava encantado, afinal Maria Angélica era um achado seu.
Aí pronto só faltava a garota fazer as malas e se mudar para casa, afinal, ela vivia mais conosco que com a família. O tal lugar de índio passou a ser um caminho familiar. Não importava a hora, íamos buscá-la, levá-la e a vida foi passando e a amizade se intensificando.
Aí você me pergunta e o Jorge?
O Jorge passou a me admirar muito mais, após colocá-la em nossas vidas passou a me olhar de um jeito diferente. Sei lá, um misto de admiração e orgulho.
E aqui vou lhe contar algo muito especial.
Sempre fui namoradeira, sempre gostei de beijar, me apaixonar, vivia me apaixonando e desapaixonando. Mas, na minha adolescência as coisas eram muito diferentes ou eu era diferente. Meus pais me deram bases sólidas, morais e bons costumes. O namoro era sim namoro, daqueles que saem de mãos dadas, beijinhos, festinhas com música romântica para dançar coladinho, não tinha aquele lance de amasso, passadas de mão, eu só queria beijar e quando um menino muito avançadinho não saia com os cinco dedos marcados na cara, saia fora, se o lance era azarar não era comigo.
Escrevam: NUNCA FUI RALADA NO MURO...
AH AH AH
Nisso perdi o que eu chamava de grande amor da minha vida, ele me achava muito certinha e não estava a fim de namoro em casa com pai e mãe olhando. Sofri, chorei, mas como sempre fui de bem com a vida, desencanei.
Lembro de ter feito uma oração a Deus muito sincera e muito profunda. Eu queria um anjo para a minha vida. Um cara que me fizesse rir, que me aceitasse do jeitinho que eu era, cheia de caras e bocas, gargalhadas espalhafatosas, brincalhona, palhaça e destrambelhada. Queria um cara que risse das minhas bobagens, que me olhasse por dentro e gostasse do que via. Não precisava ser bonito, rico, famoso, queria apenas que me amasse muito e que me fizesse feliz. Que gostasse de música, de luar, de sol, vento nos cabelos.
Lembro que vivia pela rua tentando achar esse tal desconhecido sem rosto. Achava que qualquer um que sorria para mim era o tal prometido. Cheguei a criar o tal na minha cabeça. Lhe dei um corpo, um nome “Márcio”, uma casa, um carro, naquela época – não ria – era o tal do Passat que estava na moda e imaginava o meu anjo num Passat vinho. Cada vez que um Passat vinho passava por mim eu esticava o pescoço tentando visualizar o meu anjo dentro dele.
Adorava dormir para inventar sonhos em minha cabeça... E criava poesias...
Que bom que o Jorge preferiu ficar.
A amizade fluiu de forma adorável, minha família adorava a Maria Angélica, sua presença em minha casa tornou-se natural, já havia até coisas dela espalhadas pela casa. Não tinha graça ir ao cinema sem ela, ao shopping então nem se fala, adorávamos ficar ali só olhando vitrines ou sentadas na praça de alimentação observando pessoas. Passei a ser recebida com naturalidade entre os familiares dela, naquela época a banda estava ainda deslanchando. Sempre estive envolvida em algo, nunca fiquei parada, estagnada e, arrastava a Maria Angélica para os meus shows, para as minhas loucuras, para os turbilhões de festas e diversões.
Eu havia ganhado uma nova amiga e o principal, ela era minha alma gêmea.
Com o tempo fui ouvindo frases aqui, frases ali.
- A Maria Angélica é uma gata, mas sei lá, não consigo paquerá-la, tenho a impressão que estou paquerando você – Meu irmão Rafael.
- Quem é essa garota no vídeo? É sua irmã? – Tia do Jorge
- Mary sua irmã está lhe esperando aqui embaixo – Porteiro do prédio.
Não éramos exatamente parecidas, mas havia algo que nos aproximava, algo que acentuava as semelhanças. Convidei-a para fazer parte da banda como back-vocal e passamos a nos vestir igual, realmente eu tinha que admitir éramos parecidas.
Ela não era tão atirada e despojada como eu, era tímida, mas possuía um sorriso que provocava um carisma alucinante.
Pronto, a minha amiga tinha virado cantora de banda de bar.
O Jorge? O baterista, dono de uma voz de barítono e tenor espetacular estava encantado, afinal Maria Angélica era um achado seu.
Aí pronto só faltava a garota fazer as malas e se mudar para casa, afinal, ela vivia mais conosco que com a família. O tal lugar de índio passou a ser um caminho familiar. Não importava a hora, íamos buscá-la, levá-la e a vida foi passando e a amizade se intensificando.
Aí você me pergunta e o Jorge?
O Jorge passou a me admirar muito mais, após colocá-la em nossas vidas passou a me olhar de um jeito diferente. Sei lá, um misto de admiração e orgulho.
E aqui vou lhe contar algo muito especial.
Sempre fui namoradeira, sempre gostei de beijar, me apaixonar, vivia me apaixonando e desapaixonando. Mas, na minha adolescência as coisas eram muito diferentes ou eu era diferente. Meus pais me deram bases sólidas, morais e bons costumes. O namoro era sim namoro, daqueles que saem de mãos dadas, beijinhos, festinhas com música romântica para dançar coladinho, não tinha aquele lance de amasso, passadas de mão, eu só queria beijar e quando um menino muito avançadinho não saia com os cinco dedos marcados na cara, saia fora, se o lance era azarar não era comigo.
Escrevam: NUNCA FUI RALADA NO MURO...
AH AH AH
Nisso perdi o que eu chamava de grande amor da minha vida, ele me achava muito certinha e não estava a fim de namoro em casa com pai e mãe olhando. Sofri, chorei, mas como sempre fui de bem com a vida, desencanei.
Lembro de ter feito uma oração a Deus muito sincera e muito profunda. Eu queria um anjo para a minha vida. Um cara que me fizesse rir, que me aceitasse do jeitinho que eu era, cheia de caras e bocas, gargalhadas espalhafatosas, brincalhona, palhaça e destrambelhada. Queria um cara que risse das minhas bobagens, que me olhasse por dentro e gostasse do que via. Não precisava ser bonito, rico, famoso, queria apenas que me amasse muito e que me fizesse feliz. Que gostasse de música, de luar, de sol, vento nos cabelos.
Lembro que vivia pela rua tentando achar esse tal desconhecido sem rosto. Achava que qualquer um que sorria para mim era o tal prometido. Cheguei a criar o tal na minha cabeça. Lhe dei um corpo, um nome “Márcio”, uma casa, um carro, naquela época – não ria – era o tal do Passat que estava na moda e imaginava o meu anjo num Passat vinho. Cada vez que um Passat vinho passava por mim eu esticava o pescoço tentando visualizar o meu anjo dentro dele.
Adorava dormir para inventar sonhos em minha cabeça... E criava poesias...
Então prestem atenção, eu sonhava com o príncipe encantado, sonhava com esposo e filhos, eu era o que voce ai do outro lado, foi ou é...
A vida da gente muda muito...
Pois é meninas... O texto a seguir escrevi quando estava em busca dessa pessoa mágica que eu desejava que entrasse em minha vida... Portanto! Podem pular e aguardar que até o final da semana o capítulo 5 chega... Beijos e Abraços de Maria...
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