quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Capítulo 8

Capítulo 8


Deitei com os anjos e...
Céus, e amanhã? E o raio do outro dia?
Do tal dia seguinte?
Como seria?

~*~*~

Pensei que o difícil fosse o depois, mas a vida correu naturalmente e pelo contrário, minha relação com o Jorge esquentou e nossa vida sexual teve uma injeção de ânimo imensa. Só de pensarmos na noite que tínhamos tido com a Angel o tesão vinha rasgando tudo.
Ao encontrá-la não me senti envergonhada, e percebi que nem ela, mas não tocamos no assunto.
Bem, ao menos não até o próximo encontro. Tinha que haver um próximo... E houve e desde então não paramos mais.
Éramos um... “Trisal”...rs
E as histórias hilárias não pararam de acontecer. Num determinado motel a fulana da recepção estava inconformada por pedirmos duas suítes, afinal quem ia ficar com a Maria Angélica?
Explicamos que o segundo quarto era apenas de fachada, que ficaríamos no mesmo quarto.
- Sim, mas quem vai ficar com a Maria Angélica?
Riamos até. O gerente precisou vir para explicar para a dona o que era um “ménage a trois” ah ah ah.
Acho que ela se lembra disso até hoje.
- Mas, afinal de contas, quem vai ficar com a Maria Angélica?
Em outro o cara da recepção foi tão simpático que pensei que fosse entrar no quarto conosco, fez questão de nos dar café na entrada e na saída e não se conteve e acabou perguntando.
- Vocês são irmãs?
Caímos na gargalhada.
A amizade também triplicou, afinal agora éramos cúmplices, éramos amantes.
Um é pouco.
Dois é bom. Três? É demais...rs
“Quando penso em nós dois, deixo tudo pra depois, quando penso em nós três fica pra outra vez”
Fernanda Takai do Pato Fu sabia muito bem o que estava dizendo...
Estávamos enamorados.
Se já andávamos juntos, imagine depois disso. A Angel nos acompanhava em tudo, afinal, era a nossa namorada. Íamos visitar parentes, festinhas de aniversário, compras no shopping, mercado e por ai vai, nos víamos praticamente todos os dias e num desses dias a Angel dormiu em casa, sem as malas das amigas. Apenas eu e ela. Ai, ai, ai...
Arrumei os colchões na sala como de costume, tomei meu banho detalhadamente, um fogo me consumia, será que iríamos transar?
Enquanto Angel tomava seu banho fiquei ali embaixo dos lençóis sonhando nossa noite...

~*~*~

Quando vi aquela mulher linda ali parada olhando para mim, aguardando meu retorno do mundo dos sonhos, não acreditei. Seu sorriso era doce e tímido e se abria de forma apaixonante, o cheiro de seus cabelos recém lavados entrava por meus poros de uma forma tão envolvente que tive mesmo de acordar do meu sonho bom (saiba que amo dormir para poder viajar em sonhos...).
A incerteza se desfez quando seus dedos tocaram meu rosto e cuidadosamente foram tirando os cabelos que haviam se enroscado por minha face. Pensei, dane-se o mundo e sua hipocrisia imunda, puxei aquela mulher para debaixo de meus lençóis e a amei como nunca amei ninguém em toda minha vida, naquele momento mágico ela me pertencia e eu pertencia a ela de corpo e alma. Nossos corpos se entendiam e conversavam entre si a mais antiga e deliciosa linguagem do amor.
Naquele momento mágico quem lhe arrancava gemidos de prazer e lhe cobria o corpo de ousadas carícias era eu, minhas mãos sabiam onde e como lhe tocar. Meus dedos sabiam onde acariciar e ninguém tinha nada a ver com isso. Dizem que se soubéssemos o que nosso vizinho faz dentro de quatro paredes, ninguém se olharia mais nos olhos.
Em meio a essa loucura um mundo de pensamentos povoava a minha mente. Como um homem tivera tido a coragem de magoar alguém assim? Como um homem pudera deixar rolar lágrimas de tristeza de olhos tão profundos, como puderam tocar seu corpo, beijar sua boca, ouvir a alegria de seu sorriso e não se apaixonar? Como puderam ouvir sua voz tão doce, a alegria de viver, a graça de seu corpo dançando? Céus, o cheiro de seus cabelos molhados. Como puderam se embriagar de prazer e não se apaixonar, nem ao menos sentir vontade de gritar aos quatro ventos – Essa é a mulher da minha vida – Porque era isso que eu tinha vontade de gritar, em cada beijo poder sugar-lhe a alma e habitar seu corpo por um momento. Eu estava irremediavelmente perdida de amor, me apaixonara profundamente por aquela mulher. Eu mulher amando outra mulher, conversa de maluco. O mundo parou... Girou e após loucuras sem fim adormecemos uma nos braços da outra, quando mais tarde abri os olhos e vi aquele anjo enroscado em mim, com parte do lençol a cobrir-lhe o corpo e a parte descoberta a me provocar arrepios, pensei então numa canção. Já disse que minha vida é movida por canções? Para cada momento uma canção. Voce pode até achar piegas, careta, quer saber? Não to nem ai...

“Em lençóis brancos você dorme
E eu em meu canto te admiro
Em meu descanso você brilha
Em teus encantos meus suspiros
Não acorde ainda seja meu anjo.
Guarde minha vida em baixo dos teus lençóis brancos
Sonhe melodias e acorde cantando
Deixe que o dia siga teus planos
Quando acordar, bom dia.
A madrugada vem te olhar tranqüila
E vai avisar o dia
Que pode te acordar
Bom dia anjo...”
(Jairzinho Oliveira)

Bendito sejam os compositores que escrevem palavras que minha alma sabe de cor, que sabiamente em seus momentos de inspiração traduzem o que vai por nosso coração, arrancando os sentimentos mais secretos que habitam a alma e inquietam o espírito. Santos sejam sempre... Aceitem a reverência dessa humilde amante da vida... Bom dia anjo... Hoje eu sei que se não fosse a sociedade com essa hipocrisia medonha, o meu anjo ainda estaria em meus braços, mas eles afastam pessoas que se amam e ainda chamam esse amor de impuro. Sinto falta de seu toque, sinto falta de seu cheiro, sinto falta de um dia ter gozado nos braços de uma mulher, sinto falta de nossa amizade, de nossa cumplicidade, mas sou uma sonhadora. Um dia terei outro par de olhos me dizendo sem pudor... Bom dia anjo...
Você que está ai do outro lado me responda, o que faz o mundo ser tão injusto? E o que lhe faria deixar um amor assim para seguir o que a sociedade impõe, o que a sociedade diz ser o certo. Meu anjo partiu, seguiu o que lhe era destinado e hoje é uma pessoa infeliz... Mas, essa é uma história linda e quero compartilhar com você.
Foi assim que tudo começou e ainda hoje ao lhe dizer isso fico me perguntando se estou mesmo certa da cabeça em colocar todo esse sentimento no papel para compartilhar com outros rostos que nunca vi e que com certeza nunca verei. É muito difícil admitir algo assim, tenho meus pensamentos loucos, mas os guardo só para mim. Sou uma geminiana inveterada sempre tentando justificar tudo, mas quando transformo meus pensamentos em palavras, isso pesa e parece sair do meu mundo imaginário para dentro de uma realidade nua e crua. É estranho ver nossos sentimentos mais profundos transformados em palavras, até hoje somente minha mente e meu diário acolheram meus pensamentos e não sei o que você vai fazer com essa informação. Acha que estou sendo sarcástica e injusta? Ficou ofendida? Ah minha doce criança, não existe segredo secreto a não ser que ele esteja bem guardado dentro da gente, a partir do momento que as palavras se desenfreiam não existe mais segredo. Passarão os dias e você estará contando esse segredo a sua melhor amiga e única confidente, amanhã ela fará o mesmo e assim o segredo se perde pela vida, deixando de ser um segredo. Tenho plena consciência que ao lhe contar essa história, os segredos tão meus deixarão de existir. Você deve estar pensando que não confio nas pessoas, mas, maldito homem que confia no homem, não é assim que está escrito? E só estou lhe contando por decisão minha, não quero mais guardar esse mundo de sentimentos aqui dentro, ele é grande demais e está ocupando um espaço considerável, ao falar abertamente é como poder me libertar dele ao menos em parte. Todo fardo pesado ao ser compartilhado torna-se mais leve. Aí você me pergunta:
- E por que você quer se libertar de algo que a fez sentir-se assim?
- Meu anjo, a história está apenas começando.
Como um homem poderia ter dormido naqueles braços sem se apaixonar.
“Só que dormiu nos braços que eu dormi vai ver que não dá pra deixar de te amar”

Retorno da Maria

Momento único!!!

Sópodia ser Maria... Pois é, Marias dão piti, Marias choram, Marias tem TPM...
Marias se ausentam quando o sol deixam de brilhar e quando as borboletas resolvem azucrinar...

Caríssimos amigos...
Nem me dei conta que já faz 4 meses que não dou continuidade à história da Maria...
Estive fora uns dias... Acho que do meu próprio corpo...
Como disse desde o início esta história é verídica, é a minha história de "Maria"...
E por ser fato o passado se mistura com o presente.
Ao escrevê-la revivi muita coisa e por mais que possa parecer tola ou uma historinha qualquer, é a minha vida e acabei voltando no tempo e algumas dores do passado se fizeram presente.
O presente também mudou...
Na verdade a história ainda não tem um fim, ainda estou viva não é mesmo?
Ai que bom...rs
Desculpe o silêncio... Desculpe a minha falha humana...
Estou de volta...
E sem mais blá blá blá, vamos prosseguir com a história...

Beijos de
Maria

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Capítulo 7

Capítulo 7


Por ironia do destino, nós trabalhávamos próximas uma da outra e constantemente íamos embora juntas e naquele dia não foi diferente. Eu estava encafifada com o papo da noite anterior e quando o Jorge ia me deixar em casa conversamos a respeito. Sabe o lance de curiosidade, sei lá, um tipo de tara, fantasia, pois é, sempre tive a fantasia de saber como era transar com outra mulher.
Bingo!
Que atire a primeira pedra quem nunca teve um único pensamento libertino na vida, ainda mais hoje em dia que o que não falta são formas de encontrar sacanagem na net, na tv, nos canais por assinatura, revistas, dvds e por ai se vai.
Eu tinha curiosidade...
E homens, ah, esses eu sei que não tem unzinho que não tenha achado o máximo uma transa com duas gatas, isso é fato.
Mas, libertinagens à parte nunca fui uma maníaca sexual, aliás, sempre me achei uma gafe, um blefe, sei lá, lance de criação severa, mas tinha vontade ao menos de conhecer alguém que houvesse transado com outra garota só para eu poder fazer o meu questionário.
Bem, voltando. Eu e o Jorge chegamos a comentar sobre isso em nossas transas e coincidentemente chegamos a cogitar o nome da Maria Angélica, mas, nesse dia no carro, foi puramente uma brincadeira, um jogo ou sei lá o nome que querem colocar. Então o assunto ficou aberto, escancarado e a curiosidade triplicou, o tal “quem não arrisca não petisca”.
Na segunda quando íamos embora para casa o clima estava um tanto estranho, creio que era coisa da minha cabeça, mas passei o dia inteiro pensando em nossa conversinha animada e sugestiva no carro. Estávamos no metrô de sampa e de chofre lancei.
- Maria Angélica, sobre aquele assunto que brincamos ontem no carro, lembra? Do lance de irmos pro motel e você estar junto.
Ela me olhou nos olhos.
- Sim, lembro.
- Bem, nós não estávamos brincando.
Ela manteve o olhar e respondeu.
- Nem eu.
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Morram de inveja...
Nem eu, caracas, nem eu.
~*~*~
Depois desse dia essa frase ficou rodando em minha, em nossa cabeça, acabamos por combinar um dia para o tal grande encontro que aconteceu numa noite fria de junho, o Jorge já havia pesquisado o motel que aceitava três pessoas, aliás, saiba que é uma tremenda máfia. Alguns cobram duas suítes, outros cobram uma e meia e outros ousam não permitir. Saibam que por mais que esteja registrado na recepção que serão três pessoas você sempre terá que pedir mais uma toalha, mais um travesseiro, um horror.
Mas, não estávamos nem aí para o horror e politicagem dos motéis.
Estávamos tensos?
ESTÁVAMOS UMA PILHA...
Queríamos transar...
Quando estávamos entrando no motel um carro cheio de homens parou ao nosso lado, e vocês tinham que ver a cara dos infelizes quando nos viram entrar os três no motel, teve um que grudou a cara no vidro, ficaram de queixo caído e nós gargalhamos até, o Jorge sentiu-se “O Todo Poderoso”.
E era mesmo.
Valeu para descontrair a tensão do momento.
Entramos numa suíte linda com hidromassagem, para relaxar abrimos uma garrafa de champagne e enquanto entrávamos na hidromassagem creio que o motel em peso estava em alvoroço falando do cara que entrou com duas garotas, imaginem a curiosidade.
Nunca fomos de beber e a champagne logo fez efeito, é claro que estávamos os três em trajes íntimos, ninguém teve coragem de ficar peladão, quer dizer, falo isso por mim e pela Maria Angélica, o Jorge? Ah! Ele é um descarado como todos os homens e estava já a fim de jogar a cueca longe.
Fomos para a cama.
Acreditem estava a fim de cair de boca na Maria Angélica, estava me desconhecendo ou me conhecendo melhor.
Sexo com o Jorge sempre foi uma droga, imaginava que o erro estava em mim, cheguei muitas vezes a me culpar.
A Maria Agélica estava tímida e só ria. Tive então a idéia de vendar-lhe os olhos, aos poucos eu e o Jorge fomos tirando sua lingerie tão linda.
Sentei na cama com as costas na cabeceira, puxei-a para que ficasse entre as minhas pernas, fui afastando gentilmente suas pernas para que Jorge pudesse penetrá-la.
Não senti ciúmes, senti um fogo imenso. No fim, ela arrancou a venda e a transa seguiu o curso dos amantes, já não importava mais a vergonha, nos beijamos longamente e desde então nunca mais esqueci o gosto de seus lábios. Foi uma noite de sonhos, voltamos cada um para nossas casas de alma lavada, leves, soltos e literalmente e indiscutivelmente apaixonados.
Desde este dia Maria Angélica passou a ser “Angel”...

Os anjos disseram amém...

Ufa!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Capítulo 6

Capítulo 6


Ah! Essa é a história das Marias.
Desculpe, me empolguei.

A dupla virou um trio e o trio virou uma legião, o Jorge vivia com seu carro lotado de mulheres. Por causa de nosso grupo de amigos e dos shows, estávamos sempre todos juntos. Nessa época eu acreditava mais profundamente em determinadas amizades, minha casa estava sempre cheia, meu ombro vivia encharcado pelas lágrimas das minhas “amigas”. Nessa época eu acreditava em sonhos, e sonhos são perigosos, nos consomem, nos faz acreditar em fantasias, nos levam para longe da realidade, temos que ter muito cuidado com o que pedimos, pois, os anjos ouvem e dizem amém, mas nem sempre estamos preparados para recebermos a grandeza dos nossos sonhos.
Acredita?
Creia! É a real.
Pois é, o nosso clube da Mariazinha estava formado.
Éramos sete. Número de mentiroso, por isso não durou.
A primeira – Maria Lúcia – era apaixonada e tinha um namoro de casa e separa que ninguém merece. Vivia chamando-o de inimigo. Ela separada recentemente e ele também.
A segunda – Maria Sueli – chorava pelo namorado que havia perdido, também viviam como cão e gato, literalmente, eram unhadas, mordidas e muitas lágrimas.
A terceira – Maria Vânia – havia saído de um relacionamento de sete anos entre tapas e beijos e estava curtindo a vida de solteira novamente.
A quarta – Maria Clara – morria de amores pelo meu primo Diego que acabou não levando o namoro em frente, era uma pessimista que eu vivia cheia de paciência para botar o raio do ânimo dela lá em cima, trazia a quinta – Maria Augusta - sua irmã não muito diferente. Ambas tinham perdido a mãe recentemente e como a mãe foi infeliz no casamento achavam todos os homens uns cafajestes, mas não queriam passar pela vida sem um desses cafajestes ao lado.
A Maria Angélica a sexta da “troup” ia ficando por ali.
E eu a sétima.
Ah! Elas morriam de ciúmes da Maria Angélica, todas sem exceção.
Eu nem ligava.
Adorava quando todas estávamos reunidas, nosso clube da Mariazinha era demais, riamos de tudo, falávamos de tudo, varávamos a madrugada matracando e quando o sol nascia nos rendíamos ao sono profundo.
Sinto saudades dessa época era tudo muito bom. Fizemos até uma “noite azul”, especial e mágica.
Eu acreditava em amizade de uma forma gostosa e ingênua.
A vida tratou de mudar tudo isso.
Inclusive tem uma letra do Cazuza interpretada pelo Ney Matogrosso que diz:
“De repente a gente vê que perdeu ou está perdendo alguma coisa morna e ingênua que vai ficando no caminho”.

A primeira casou-se com o inimigo, e até hoje vivem um falso casamento, ele fingindo que a ama, mas a trai com quem passa pelo caminho e ela vive fingindo que acredita que ele é fiel.
A segunda acabou casando-se com o namorado e creio que são felizes até hoje, pois não tive mais notícias.
A terceira mal ficou solteira já se enfiou num relacionamento fracassado, não sei onde anda, não quero saber e tenho raiva de quem sabe.
A quarta desapareceu (com a quinta sua irmã) como um raio da minha vida, descartou minha amizade como se fosse banal após meu primo dar-lhe um fora, não conseguia viver no mesmo ambiente que ele, e sacrificou nossa amizade. Bem, eu achava que era amizade, hoje sei que era apenas uma espécie de vampirismo, sugou minha energia, meu carinho, meu bom-humor e minha paciência.
O tempo se encarrega de separar o joio do trigo, todas falavam da Maria Angélica e foi a única que ficou.
Ah! A amizade. Quantos versos, poemas, crônicas e histórias já lemos ao longo dos anos falando dos chamados “amigos”, algo raro, lindo. Tenho o privilégio de passar por essa vida e ter tido grandes amigos.
Mas, depois da Maria Angélica, eles ficaram pequenos. Eu a amava muito, era minha amiga, minha companheira, e era azarada a coitadinha.
É, não ria. Lembra do início que contei que ela perdeu um noivo depois de um acidente? Pois é, ele não morreu, mas o relacionamento sim.
Depois desse encontrou um outro, um tal de Gerson. Ele era a sua alma gêmea, em dois meses a Maria Angélica estava de quatro pelo cara, apaixonada, mas o cara depois de provar, usar e abusar resolveu que ia ser padre.
Hum, hum.
O infeliz se enclausurou num mosteiro e deu adeus a Maria Angélica que ficou chorando por ele tal como Flora chorou por Santo Agostinho. Já leu Vita Brevis de Jostein Gaarder? Não? Então leia. Uma mulher e tanto essa Flora.
Pois é, foi assim que a conheci. Coração despedaçado. Ela sempre procurando o seu grande amor e não o encontrando, só magoaram seu coração. Teve um que mal começou e a ex do infeliz apareceu grávida, quer mais? Um outro não tinha o que todas mulheres amam, bem ter tinha, mas, bem não vamos difamar o pobre por aqui.
Azarada minha amiga Maria Angélica.
Aí ela desencanou, tratou de se cuidar, cuidar do visual, já falei que ela era linda? Maria Angélica é e sempre será linda.
A amizade era nosso maior tesouro, como eu amava estar na presença da Maria Angélica, era mesmo um anjo em minha vida. O que estragava era o Jorge. Então um dia que estávamos no carro e como sempre ela no banco de trás, aí brinquei.
- Maria Angélica, qualquer dia vamos entrar num motel sem percebermos que você está no banco de trás de tanto que estamos acostumados com sua presença.
Rimos todos. E ela respondeu.
- Pior é se eu gostar da idéia.
A sorte estava lançada. E até os anjos disseram amém nessa hora.

Capítulo 5

Capítulo 5

Importante: Embora essa seja a história das “Marias” esse capítulo é dedicado ao que fui... Portanto, embora sei que algumas pessoas não gostem ou achem que estou me desviando do assunto principal essa parte da história é parte fundamental deste “Amor de Meninas”...

No auge dessa minha ansiedade em encontrar o “anjo dos meus sonhos” conheci o Beto de Roberto. Aqui no Brasil os nomes não têm quase serventia, somos todos conhecidos por nossos apelidos, diminutivo de nossos nomes, um tal de Rô, Ka, Lá, Pá... Blá, blá, blá... Encher lingüiça...rs.
Bem, o tal do Beto foi namorado de uma amiga que eu adorava, mas como ela namorava tudo que fosse do sexo masculino esperei ela cansar do Beto e o abocanhei. O danado do menino era bonitão, tocava violão e tinha um sorriso que iluminava a vida. Ah! Quantas vezes suspirei por aquele par de olhos verdes, mas o besta era um tremendo de um canalha. Não trabalhava, era cheio de piadas sarcásticas, colocava defeito em tudo o que eu vestia, olhava para outras meninas na rua descaradamente então acabei me tornando ao lado deste canalha uma pessoa que nunca quis ser. Todo meu brilho foi ofuscado na ânsia de agradar aquele miserável. Eu tinha somente quinze aninhos e o desgraçado surrupiava toda minha mesada.
E eu o amava.
Ele me dava bolos tremendos para sair por aí tocando violão nos barzinhos e botecos.
Eu chorava.
Vivi uma paixão louca e doentia, tinha ciúmes do vento, das meninas que moravam próximas a ele, tinha ciúmes até de suas roupas grudadas.
Pastava.
Mas, não dava pra ele. O que? Acha injusto? Era tudo o que eu tinha e que era só meu horas bolas.
Hoje o que mais gosto de lembrar é essa parte. O desgraçado do Beto não me comeu. Ah, ah, ah. Me fez chorar rios de lágrimas, mas não me comeu.
Eu pensava assim, se eu desse ele ia embora, então trancava a perseguida, beijava, abraçava e até seduzia, mas na hora “H”, travava as pernas. O canalha nunca teve o gostinho de ter uma noite comigo.
Tome besta.
Essa aqui você não vai contar para seus netos que ralou. Ah, ah, ah.
No fim corri tanto atrás do Beto que cansei. Eu já trabalhava no shopping, me lembro que o Beto tinha me dado um tremendo fora, desta vez resolvi agir diferente. Sai do trabalho e gastei todo meu salário num sobretudo pra lá de legal, num par de botas, numa mini-saia de couro, numa bolsa de couro, meia fina desenhada (era o maior sucesso), claro que tudo preto. Me produzi como uma “Mata Hari” você se lembra disso? Ai como sou velha...
Pois é me produzi com batom preto e tudo, fiz minhas irmãs fazerem uma escova nos meus longos cabelos e saímos, eu, irmã e primos, inclusive o Diego que já falei. Fomos comer pizza num lugar legal, claro que pertinho da espelunca que o Beto tocava. Depois da pizza chamei a galera para dançar e soquei os pobres naquele lugarzinho fedorento. Me lembro que o Beto estava agachado afinando o violão, próximo a ele uma loira desbotada sozinha na mesa, com certeza a vaca da vez. Parei bem na frente, ele olhou para os pés das botas lindas de couro que zerou minha conta bancária, foi subindo o olhar por minhas pernas de meia calça preta, passou pelas coxas dentro da mini saia (fala sério), subiu para o decote (tinha uns peitinhos pequenos, que dó) e parou no meu rosto maquiado, olhar sensual, boca preta de vamp (Tava me achando... ah ah ah).
- Oi Beto.
- Mary?
Dei as costas e fui sentar com a galera no andar de cima onde a música eletrônica rolava solta. Fui dançar, estava me sentindo a própria “Mulher Maravilha”, ah, não deu outra, logo o Beto subiu atrás de mim.
Adoroooooooooooooo ser mulher... ah ah ah.
- O que você está fazendo aqui?
Apontei para a minha galera.
- Viemos dançar um pouco.
- Você está linda.
- Obrigada, mas, não parece que pensa assim. Que horror Beto foi por essa espelunca que você me trocou? Por aquela loira desaguada que está lá embaixo? Beto você me trocou por uma garrafa de cerveja, um maço de cigarros... Bela troca você fez.
Pronto, arrasei. Dei as costas para o mocinho e fui dançar, logo nos cansamos da espelunca e fomos embora para casa. Foi a minha noite. Tudo o que eu queria era o que li nos olhos do Beto, admiração. Não deu outra, na segunda estava em casa implorando para voltar. Ficamos ainda uns meses juntos, mas cansei. Descobri que eu era muito para aquele monte de bosta de olhos verdes. O Beto? Ficou atrás de mim por mais oito anos, me cercando, me implorando, me querendo, na verdade querendo me comer, e não comeu ah ah ah. O Jorge uma vez teve o desprazer de ter que enxotar o Beto da minha vida, afinal conheci o Jorge naquele mesmo ano.
Bem, dei toda essa volta para dizer que eu tinha um sonho, eu queria um anjo e foi o pedido mais lindo que Deus me concedeu, colocou o Jorge no meu caminho.

AI ILUDIDA...

Perdão a volta toda que dei, essa história é das Marias... Essa história é de um profundo e sincero amor de meninas e chega de deixar esses canalhas em destaque... Vamos ao que realmente interessa... E, homem tem momentos que são despresíveis... Perdão aos coitados imcompreendidos ahahahah.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Capítulo 4

Capítulo 4

Começou tudo assim meio esquisito, igual quando iniciamos em emprego novo. Mas ela estava determinada, como a data do meu – do nosso –aniversário estava próxima, fiz a bobagem de marcarmos uma festa única.
Sim, eu sou doida de pedra. Quando criança cai de cara no chão e ficaram essas sequelas.
Preciso dizer que a festa foi uma gafe? Que me senti a chifruda mais aparecida dos últimos tempos? Ali a Maria Angélica mais linda do que nunca, colhendo suspiros de meus amigos e pragas de minhas amigas. As casadas agarraram seus maridos. As solteiras ficaram alertas. Me senti mal, muito mal. No fim da noite já queria deletar aquele ser humano do mundo.
- Você é louca, trazer essa mulher para cá.
- O que foi Mary? Está com algum problema que não quis me contar?
- O que pensa em deixar essa aí ficar assim tão próxima do Jorge?
- Trazendo o inimigo para dentro de casa? É uma boa estratégia.
Maria Vera a esposa do Grandão entrou em crise, achava que a tal Maria Angélica estava dando em cima dele.
Maria Suzi minha cunhadinha disse que eu era corajosa e louca.
Que fiasco. Queria sumir, desaparecer. Onde eu estava com a cabeça? Mas, ela estava ali e a responsabilidade era toda minha. O Jorge? Ah! O Jorge estava feliz, em paz, fez o papel de anfitrião muito bem. Que gafe. Que mico. Parece que foi a noite mais longa da minha vida.
Mas ela passou, os dias também passaram, e tentei esquecer a tal Maria Angélica.
Mas, ela não me esqueceu, e confesso, era uma companhia agradável, alguma das minhas amigas foram se afeiçoando a ela, é claro que algumas ainda achavam que eu estava fazendo um jogo do tipo “colocar o inimigo dentro de casa para ter controle”, isso não era verdade, eu confiava no Jorge, eu confiava nela.
Ninguém é dono de ninguém, se o Jorge com essa aproximação descobrisse que ela era a mulher da vida dele, que assim fosse. O importante era ser feliz. Odeio pássaros em gaiolas e o amor é assim livre para ir e vir, ele não pode ser aprisionado, confiscado, tomado. Ele vem por livre e espontânea vontade e fica o tempo que quiser ficar.
Que bom que o Jorge preferiu ficar.
A amizade fluiu de forma adorável, minha família adorava a Maria Angélica, sua presença em minha casa tornou-se natural, já havia até coisas dela espalhadas pela casa. Não tinha graça ir ao cinema sem ela, ao shopping então nem se fala, adorávamos ficar ali só olhando vitrines ou sentadas na praça de alimentação observando pessoas. Passei a ser recebida com naturalidade entre os familiares dela, naquela época a banda estava ainda deslanchando. Sempre estive envolvida em algo, nunca fiquei parada, estagnada e, arrastava a Maria Angélica para os meus shows, para as minhas loucuras, para os turbilhões de festas e diversões.
Eu havia ganhado uma nova amiga e o principal, ela era minha alma gêmea.
Com o tempo fui ouvindo frases aqui, frases ali.
- A Maria Angélica é uma gata, mas sei lá, não consigo paquerá-la, tenho a impressão que estou paquerando você – Meu irmão Rafael.
- Quem é essa garota no vídeo? É sua irmã? – Tia do Jorge
- Mary sua irmã está lhe esperando aqui embaixo – Porteiro do prédio.
Não éramos exatamente parecidas, mas havia algo que nos aproximava, algo que acentuava as semelhanças. Convidei-a para fazer parte da banda como back-vocal e passamos a nos vestir igual, realmente eu tinha que admitir éramos parecidas.
Ela não era tão atirada e despojada como eu, era tímida, mas possuía um sorriso que provocava um carisma alucinante.
Pronto, a minha amiga tinha virado cantora de banda de bar.
O Jorge? O baterista, dono de uma voz de barítono e tenor espetacular estava encantado, afinal Maria Angélica era um achado seu.
Aí pronto só faltava a garota fazer as malas e se mudar para casa, afinal, ela vivia mais conosco que com a família. O tal lugar de índio passou a ser um caminho familiar. Não importava a hora, íamos buscá-la, levá-la e a vida foi passando e a amizade se intensificando.
Aí você me pergunta e o Jorge?
O Jorge passou a me admirar muito mais, após colocá-la em nossas vidas passou a me olhar de um jeito diferente. Sei lá, um misto de admiração e orgulho.
E aqui vou lhe contar algo muito especial.
Sempre fui namoradeira, sempre gostei de beijar, me apaixonar, vivia me apaixonando e desapaixonando. Mas, na minha adolescência as coisas eram muito diferentes ou eu era diferente. Meus pais me deram bases sólidas, morais e bons costumes. O namoro era sim namoro, daqueles que saem de mãos dadas, beijinhos, festinhas com música romântica para dançar coladinho, não tinha aquele lance de amasso, passadas de mão, eu só queria beijar e quando um menino muito avançadinho não saia com os cinco dedos marcados na cara, saia fora, se o lance era azarar não era comigo.
Escrevam: NUNCA FUI RALADA NO MURO...
AH AH AH
Nisso perdi o que eu chamava de grande amor da minha vida, ele me achava muito certinha e não estava a fim de namoro em casa com pai e mãe olhando. Sofri, chorei, mas como sempre fui de bem com a vida, desencanei.
Lembro de ter feito uma oração a Deus muito sincera e muito profunda. Eu queria um anjo para a minha vida. Um cara que me fizesse rir, que me aceitasse do jeitinho que eu era, cheia de caras e bocas, gargalhadas espalhafatosas, brincalhona, palhaça e destrambelhada. Queria um cara que risse das minhas bobagens, que me olhasse por dentro e gostasse do que via. Não precisava ser bonito, rico, famoso, queria apenas que me amasse muito e que me fizesse feliz. Que gostasse de música, de luar, de sol, vento nos cabelos.
Lembro que vivia pela rua tentando achar esse tal desconhecido sem rosto. Achava que qualquer um que sorria para mim era o tal prometido. Cheguei a criar o tal na minha cabeça. Lhe dei um corpo, um nome “Márcio”, uma casa, um carro, naquela época – não ria – era o tal do Passat que estava na moda e imaginava o meu anjo num Passat vinho. Cada vez que um Passat vinho passava por mim eu esticava o pescoço tentando visualizar o meu anjo dentro dele.
Adorava dormir para inventar sonhos em minha cabeça... E criava poesias...
Então prestem atenção, eu sonhava com o príncipe encantado, sonhava com esposo e filhos, eu era o que voce ai do outro lado, foi ou é...
A vida da gente muda muito...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Capítulo 3

Capítulo 3


Chegou o grande dia, ou seja, o dia seguinte. Achei que a roupa estava uma droga, o cabelo não se ajeitava, a pele não ajudava, um verdadeiro horror. Céus, havia uma espinha. Nãooooo.
Mas, como não sou de fugir às responsabilidades, lá estava eu jogada no banco de trás, ouvindo o Jorge descrevendo a meiga Maria Angélica camuflada e bookmaníaca ao Diego todo interessado.
Afinal, meu consolo é que esses tais books fazem um milagre, tacam um reboco na cara da pessoa.
Hei! Tá rindo do que? Nunca fiz book, não mesmo. Depois de quase uma hora chegamos ao tal bairro indígena.
- Trave o carro Diego, aqui é um perigo.
- Que exagero Maria. Não é não, eu venho para cá todos os dias a trabalho.
Sim, trabalho, trabalho uma ova, vem catar mulherzinhas produzidas por books baratos.
Tocamos o raio da campanhia, e alguém saiu.
- Oi Jorge.
Os pelos da nuca estavam eriçados.
- Oi Maria Angêla, a Maria Angélica está?
O calhorda do Jorge já era conhecido pela família.
- Sim, vou chamá-la. Não quer entrar?
- Não, obrigada.
E o desalmado ainda se dava o direito de ficar desconfortável e sem graça. Sou uma ameba mesmo, o que euzinha estava fazendo ali àquela hora da noite atrás de uma inimiga bookmaníaca para o meu adorado primo Diego.
Enfim, ela saiu, e a família inteira também, meses depois fiquei sabendo que pensaram que eu tinha ido lá quebrar a cara dela, mal sabiam que estavam bem próximos da verdade. Na verdade mesmo, eu estava pensando que aquela era uma boa oportunidade para colocar meu orgulho de lado e ir caçar outro namorado bonitinho (um cara que se apaixona por um rosto de um book barato não pode ser perfeito), aquele estava perdido para todo o sempre.
Cumprimentos, beijinhos amistosos até chegar em mim.
- Oi, você é a Maria Rosa? O Jorge me falou muito de você.
Alguém me segure pelo amor de Deus, hoje eu parto a cara dessa...
- Oi.
Ela era linda. Simples, rosto lavado, sem maquiagem, sem roupa elegante, cabelos ao natural. Ela era linda e muito corajosa em estar assim cara a cara com o perigo.
Eles conversaram e papearam. Eu a observava pelo canto do olho, tentava minha melhor cara de indiferença.
Graças aos céus o Diego não se encantou. E eu?
Não senti nada. Nem raiva, nem inveja, ódio muito menos. Sou franca em dizer que eu adorei a tal Maria Angélica que tinha um rosto lindo e um sorriso encantador. Havia algo nela que se parecia com um reflexo que eu via todos os dias diante do espelho. Era bem mais jovem, mas algo naquela menina lembrou algo em mim mesma. Ela lembrava minha alma, meus desejos...
Heita mundo perdido, acho que eu estava perdendo o jeito. Se fosse em outra situação poderíamos até ser boas amigas.
Depois desse dia não fiquei mais com tanta raiva do Jorge, até que o safado do morcegão tinha bom gosto, afinal ele não havia mentido. Até o dia que.
“Piririm, piririm, piririm, alguém ligou pra mim”
- Alô.
- Maria Rosa por favor.
- Sou eu.
- Olá, eu sou a Maria Angélica. Lembra de mim?
Tinha que ser numa segunda-feira existe dia mais desagradável que a segunda?
- Quem?
Claro que me fiz de desentendida. Esse gostinho eu não iria dar para a tal.
- Sou a Maria Angélica, você esteve com o Jorge em casa.
- Ah! Claro. Maria... Angélica...
Como se eu pudesse esquecê-la.
- No que posso lhe ajudar?
Ah! Como são beneficiadas as pessoas que estão do outro lado da linha, quantos assassinatos aconteceriam se pudéssemos cruzar as linhas telefônicas como nos desenhos animados, essa tal Maria Bonitinha já estaria de olho roxo, deitada no chão com uma das minhas mãos se preparando para um novo ataque e a outra com dedos engalfinhados em seus cabelos perfeitos sem escova.
- O Jorge me falou muito de você.
Que catso, eu era assunto de amantes.
- E, eu gostaria de lhe falar, lhe ver pessoalmente e...
- Olhe, estou com o Jorge há dez anos e isso é um tempo considerável, não sei o que ele andou falando... (Dez anos cara, eu namorava esse infeliz há dez anos e nem me tocava).
- Ele te ama.
Silêncio.
- E me falou tanto de você, do jeito que você é que eu gostaria de lhe conhecer.
- Claro.
Meu Deus onde era mesmo a loja de armas mais próxima?
- Podemos marcar onde você preferir.
No cemitério.
- No shopping?
Chicote, sim um chicote “a la Indiana Jones” também serviria.
- Shopping? Claro.
- Ótimo.
Falei o dia e o horário. Ai ai ai, o que eu estava fazendo? Marcando um encontro com o inimigo. Maldita segunda-feira, um dia que não me deixava ganhar nem no joguinho besta de paciência do computador, quem diria um duelo. Como iria me encontrar com a tal inimiga bonitinha? Mas, fui. Adoro desafios.
Nos encontramos no shopping. Garotinha corajosa. Nos sentamos para conversar na praça de alimentação de forma civilizada.
- Sou toda ouvidos.

(Ridícula essa frase, não acha? Credo, um monte de orelhas grudadas em todo o corpo, eca! Que aberração. Mas, pior mesmo é a frase “você tirou as palavras da minha boca”. Que nojo imagine todas aquelas letras babadas, pingando saliva... ECA!!!).

Acredite se quiser... Neste dia a Maria Angélica bonitinha me conquistou. Começou contando de um noivado que tinha tido de seis anos, e que havia sido traída de uma forma medonha. O infeliz sofreu um acidente de carro desses para os jornais sanguinários fazerem a festa, e quando ela foi visitar o coitadinho todo quebrado, lá estava outras namoradas, no jornal o nome da namorada que estava com ele no carro em destaque, o bairro todo lendo aquilo, era pior do que boca em boca, ver seu chifre assim, distribuído em jornais por toda a cidade. Fiquei com pena dela.
Cachorro, safado, sem vergonha.
- Não quero fazer esse papel. Não quero desfazer o relacionamento de ninguém. O Jorge te ama e desde o primeiro momento que o conheci ele falou sobre você, e vi que eu estava sendo desonesta, quero lhe pedir perdão.
- Bem, é... Perdão, bem...
Caracas odeio que me deixem desconcertada e sem palavras. Logo eu, geminiana matraqueira, sem palavras. E diante do ini... De uma futura amiga.
- E, embora não tenha direito de fazê-lo, mas, gostaria de fazer um pedido.
- Pedido?
Que mulherzinha corajosa.
- Me deixe ser sua amiga, fazer parte da vida de vocês, adoraria ter uma amiga como você.
Como eu? Uma propensa assassina?
- Por que?
- Porque não tenho amigas, e parece que todas as pessoas te adoram. Todos querem estar perto de voce e eu sempre quis ter uma amiga assim.
- Claro. Por que não?
Está achando estranho? Acha que eu estou inventando? Mas é a mais pura verdade, a tal Maria Angélica (voce vai ficar enjoado de tanto ler esse nome) bonitinha estava ali na minha frente me pedindo para ser sua amiga.
E foi assim que iniciou nossa amizade. Imagine, eu tinha algumas amigas a quem havia derramado toda minha mágoa, destilado todo meu veneno, e em consequência a pobre Maria Angélica já possuía um exército de inimigas sem saber. Ah! Mas o mais interessante eu não falei, a Bonitinha apesar de ser mais nova havia nascido no mesmo dia que eu, pode? Será que era esse tal de alma gêmea que as pessoas falam tanto?

Nota: Pois é, me tornei amiga da tal Maria, e realmente gostei muito dela, pode parecer estranho, mas, foi exatamente assim que aconteceu, mas, uma amizade estava começando e o tempo se encarregou de botar seu tempero. Meninas, obrigada por me seguirem... Mary seja muito bem vinda...

terça-feira, 27 de abril de 2010

Capítulo 2

Capítulo 2


Para quem odeia até a palavra ciúme isso estava sendo uma tremenda covardia, um tremendo de um jogo sujo. Como esse ser humano que usara e abusara da minha companhia nesses dez anos podia estar ali me cutucando com o veneno do ciúme, como por cargas d’água podia estar me fazendo queimar por dentro por algo que eu sempre abominara? Que cruel esse menino mesquinho. Era como ter que tomar óleo de rícino e leite de magnésia tudo junto em um gole só.
- Então essa mudança não era mesmo gases, tem até nome.
Ele me olhou nos olhos, os olhos que eu achava conhecer tão bem (era só o começo).
- Gases? – Balançou a cabeça – Mary, eu conheci uma pessoa, desde então minha vida tem sido um inferno.
Reparou nessa parte? Olhe a ironia do destino, o Jorge estava vivendo um inferno ah ah ah! To podendo.
- Eu te amo Mary, nunca tenha dúvida disso e é exatamente por causa desse amor que estou sofrendo. Eu praticamente me apaixonei por uma cópia sua.
- Ah ah ah. – Agora em voz alta.
O desespero dele se intensificou e as palavras tão temidas e esperadas começaram a jorrar aos borbotões.
- Ela tem seu jeito, sua forma de se mover, ela parece muito com você, sei lá fui envolvido, ela é uma pessoa maravilhosa, tanto que eu gostaria que você a conhecesse. Eu tenho estado com ela, mas é ruim demais, só penso em você e...
Um clone? Ai, ai, ai. Jorge era um homem morto.
- Mary é você quem eu amo...
Amor... Falava em amor...
- Mary preciso da sua ajuda.
Pronto, murchei. Em segundos mudou tudo dentro de mim. Palavras mágicas pairando no ar... I need you!!!
- O que acontece Jorge?
- Eu não tenho dúvida sobre nosso amor, nem estou procurando ninguém, não preciso disso, mas algo nela moveu alguma coisa aqui dentro, como se eu a conhecesse de outros tempos. Um magnetismo, um encantamento, colocando em suas palavras, “algo mágico”. Você precisa conhecê-la para entender o que eu estou falando.
Como ele ousava? Ainda queria que eu a conhecesse? Estava abusando da sorte.
Magia?
O que o Jorge entendia sobre magia e...
- Sim Jorge vamos conhecer sua amiga...
- Maria Angélica.
- Sua amiga Maria Angélica. E o que rolou entre vocês além desse magnetismo?
- Apenas beijos e...
Ele queria morrer. Sol alto, fim de tarde gostosa e ele querendo morrer. Alguém me segura pelo amor de Deus.
- E...
- E mais nada. Muitos papos, troca de idéias.
Troca de salivas, aquilo na mão, mão naquilo. O lance de “chupar uns peitinhos”.
- Certo, mais alguém sabe disso?
Me senti uma terapeuta querendo saber os pormenores da vida alheia.
- Só o Grandão. Na verdade ele estava comigo no dia que a conheci.
Um cúmplice. Ah! Grandão que me aguardasse, bonachão sem vergonha, corrompidor de namorados perfeitos.
- Eu falei muito de você para ela, tanto que ela também quer lhe conhecer.
Ela também queria morrer, era isso ou a garota de nome Maria Angélica era – uma louca.
Bem, depois desse papo o Jorge pareceu relaxar, ficou em paz e eu confesso que o raio da praga do ciúme já não me corroia as entranhas como antes. Só pelo fato dele falar, assumir, justificar. Essa paz durou até o dia em que eu estava na casa dele, o Jorge mora com uma mãe megera e neste dia a mãe megera estava viajando. Gatos saem, ratos fazem a festa e... Atendem telefonemas na extensão...
Nosso amigo Luciano ligou e eu para zoar fiquei no raio da extensão, não costumo fazer isso, mas o Jorge também queria zoar, ambos nos demos muito mal, o Lu acabou assinando a sentença de morte do meu morcegão Jorge.
- E aí Jorjão, já conseguiu resolver o lance com a gostosura que você ta pegando? E aí estão se encontrando ainda?
Dizem que o que os ouvidos não ouvem o coração não sente? Era assim o raio do ditado? Sei que morri mil vezes por dentro, e há quem diga que segundos não são nada. Desliguei a extensão e obviamente o Luciano ouviu o clic.
- Era quem estou pensando? – Luciano perguntou já se borrando.
- Era. – Respondeu o Jorge envelhecendo uns dez anos.
Como os raios dos hormônios femininos são diferentes, eu envelheci mil anos, me sentei quieta com aquela dor crescendo. Pronto, se o Luciano sabia, quem mais sabia? Senti a testa pesar, já era a chifruda do ano. O casal perfeitinho tinha desmoronado. Que eca! Doeu mais que da primeira vez. Jorge desligou sem falar nada e veio até mim que bestamente entrei num pranto profundo. Estava indignada comigo, com ele, com o Luciano, com o Grandão cúmplice e com a vaca da Maria Angélica sem rosto. Caramba, como a vida da gente vira titica em questão de segundos. Dessa vez eu estava furiosa, doía tanto, me senti pequena, pouca, caída, sozinha, enganada, não queria que o Jorge tocasse em mim, lhe mandei sumir, desaparecer, lhe chamei de cafajeste, pilantra, traidor e tudo de ruim que pude me lembrar. Algo que tenho em mim como modo de vida é não ficar com quem não me ama, creio que ninguém nasceu para ser dono de ninguém e também não somos obrigados a ficar com quem não gostamos, sendo assim, posso amar, morrer de amores, mas me amo muito mais e nunca me deixei sofrer por quem não me queria mais do que o suficiente. Já cheguei a desistir de um grande amor por saber que ele me faria sofrer. Essa dor pode ser medonha, mas passa, já a infelicidade é algo que a gente carrega pela vida toda, como uma imensa bola de ferro grudada no tornozelo. Não admito vir para esse mundo mágico para ser infeliz por falta de amor de uma única pessoa. (Eu achava que isso era ser forte e digna, coitada de mim). Bem, e lá estava eu chorando pela traição do Jorge.
No fim conversamos muito e me acalmei.
- Então está decidido, não falo mais dessa garota para você, ok? Acabou, me perdoe, jamais imaginei um dia lhe fazer sofrer assim. Passou ok? Me perdoa?
Hum, hum e snif, snif. Odeio chorar.
- Quero ir para a minha casa, deitar na minha cama e dormir até o quanto eu puder.
- Ok, te levo.
O choro iria parar, a dor iria passar. Desde criança sempre achei o sono o melhor remédio, levava uma boa surra e nada como uma boa dormida para tudo sarar ao acordar. Penso assim até hoje. Mas, o Jorge quebrou a promessa de excluir a Maria Angélica sem rosto de sua boca. Estávamos numa festinha entre parentes e amigos e...
- E se apresentássemos a Maria Angélica para seu primo Diego?
- Maria Angélica, Diego. Sim seria...
O maldito Jorge já estava atravessando a sala em direção ao Diego e blá blá blá, lá ficou falando da tal Maria Angélica maravilhosa ainda sem rosto.
E não é que fomos?
Onde?
Na casa da tal Maria Angélica sem rosto, claro que o Diego não é bobo, ele e o Jorge nunca foram grandes amigos, como ele iria acreditar que a tal mina valia a pena? Ah, mas o Jorge asqueroso tinha uma foto da tal Maria Angélica sem rosto.
Entendeu direito? LEU DIREITO?
Ele tinha uma foto. Ai que ódio. As mãos começaram a suar, coçar, o corpo todo a pinicar, urticária até que... A foto da tal fantasma sem rosto caiu na minha mão.
- Ela... Ela... Era linda.
Uma coisa que sei e admito é quando vejo uma mulher bonita. A tal Maria Angélica era simplesmente um espetáculo de mulher, não tinha nada de parecido comigo e ainda era mais nova. Ah! Jorge seu pilantra mulherengo de uma figa.
- Quando nós vamos? – Perguntou Diogo.
- Bem, pode... – Gaguejei.
- Agora?
- É... Não. NÃO!!!
Estava louco aquele menino? Não se encontra uma inimiga linda, ladroa de namorado sem estar com cabelos escovados, com a roupa perfeita, espinhas encobertas, ainda mais um inimigo de rosto tão lindo e cabelos, ah os cabelos...
Stop baby!
Estavam querendo me enganar, era uma boa foto de book isso sim, ah aquilo ali era tudo camuflado.
- Hoje não posso, talvez.
- Amanhã?
Que galinha esse meu primo Diogo, uma bosta de uma foto de book já o havia encantado. Que tonto.
- Amanhã está bem para você Jorge?
- Se você quiser.
- Ok Diego, amanhã.
- No meu carro?
- Claro. No seu carro.
- Onde mesmo que ela mora?
Onde Judas perdeu os sapatos, as meias, a cueca e a carteira, afinal era um bairro da pesada, pudera, uma pessoa ladrona de namorado perfeito só podia se esconder entre os índios.


Obs.: Quero salientar queridas amigas que, foi um ó tudo isso, desconfiança, insegurança, medo, tudo junto e misturado, mas, nem mesmo eu sabia que conhecer a tal Maria Angélica iria mudar a minha vida definitivamente. Bjs... Mary

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Capítulo 1

Capítulo 1


Como qualquer garota fui apaixonada pelo garoto mais lindo da escola que não me dava bola e nem mesmo sabia que eu existia. Tive amigas maravilhosas e uma em especial Maria Luiza (somos amigas até os dias de hoje). A água e o vinho, eu geminiada desatenta e sonhadora, ela canceriana moralista e organizada.

Namorei muito, beijei muito e nunca fui ralada nos muros pelos garotos ah ah ah ah.

Meu pai numa alma de militar. Bravo, sisudo, honesto, responsável, o rei da família. Raramente ria (tinha receio de perder o respeito) e quando o fazia nós todos parávamos para vê-lo sorrir. Sou a mais velha de uma família de cinco irmãos.

Eu e minha amiga Maria Luiza planejávamos nos casar no mesmo dia, eu achava que minha mãe havia casado muito velha (23 anos) e queria casar aos 19 e já engravidar (como a vida dá voltas).

Minha amiga casou e fui sua madrinha. Meus amigos em geral se casaram e eu, bem eu conheci o Jorge.

E embora eu ainda sinta muita mágoa essa história não é dele e sim das "marias" que mudaram a minha vida assim como por ironia as mulheres da vida de Jorge mudaram totalmente a vida dele.

Eu curtia meu longo namoro que já durava dez anos com o Jorge, músicos, os eternos sonhadores da arte que fala diretamente ao coração. Ele baterista loiro de olhos azuis, eu a Maria comum, o casal “Peter Pan”, perfeito aos olhos de nossos amigos nunca iríamos amadurecer (nem casar, nem ter filhos... Ai, ai, ai) eu morava com minha família, dormia num quarto dividido com meus quatro irmãos. E apesar de pouco espaço lá estavam espalhadas minhas revistas, partituras, letras de música, cds, dvds (na verdade eram LPs e Fita Cassete ah ah ah) e muitos livros. Assunto de amantes só nos motéis. Adoro fazer hora na cama, e numa casa povoada é impossível curtir momentos de solidão. Adoraria poder ficar de pijamas até a hora que me desse na telha, mas, eu tinha que trabalhar. Entrar no chuveiro sem ninguém bater à porta um verdadeiro milagre.

Meu relacionamento com o Jorge? Classifico que éramos um casal liberal, não tínhamos ciúmes, palavra que procurávamos manter distante de nossos sentimentos. Mas, mulher é um bicho danado de terrível, sei lá, esse tal sexto sentido e esse lance de sangrar cinco dias por mês e não morrer deve nos dar um certo poder... Um faro, não sei o nome certo para esse “clic” que ascende quando algo está estranho, quando algo entra em curto. Chamo de mágica.

Pobres homens, se nem mesmo nós entendemos quem dirá eles... Ah ah ah!

O ponto é que o meu Jorge estava distante, chegava em casa e se estatelava no sofá, o namoro diante da TV começou a ser muito frequente ao menos para nós que nunca curtimos TV, meu morcegão estava mudando, algo estava acontecendo, claro que eu perguntava, sondava, mas ele me dizia que estava tudo bem.

Tudo bem uma ova, algo estava estranho, mas o que?

Dizem que o diabo mora nos detalhes e sei muito quanto a isso, sei identificar num gesto, num olhar, numa respiração, num cacoete os chamados sinais. Mas, até então as dúvidas moravam apenas na minha cabeça.


Foi quando fui visitar uma grande amiga com essa tormenta me corroendo as entranhas, falamos de tudo e de nada como sempre e no meio da algazarra de nossas conversas e gargalhadas desconexas vomitei:

- O Jorge está apaixonado por alguém.

Silêncio.

Tolas mulheres, tolas criaturas...

Caí no choro. Transformar um sentimento em palavra se torna algo tão grande, tão verdadeiro, por isso não entendo como pessoas podem dizer “te amo” como se dissessem “estou com fome”.

O que sai da boca se torna concreto, monumental, poderoso. Quando alguém ouve o que dizemos é como se o som de nossa voz contendo nossos segredos se propagasse e explodisse em mil partículas indo se alojar na mente do ouvinte e de lá se sabe Deus para onde vão, talvez se alojem no coração ou ficam na mente martelando num constante, isso até que essas informações novamente se transformem em palavras – muitas vezes adulteradas, pois nelas agora contém um pouco da outra pessoa, de seu raciocínio, sentimento, julgamento e de seu veneno – a verdade é que lá estava o meu medo, a minha angústia dando voltas no ar e minha amiga parecia ter engolido a seco o que eu havia dito, pois permaneceu ali de boca aberta no que pareceu uma eternidade, se levantou e me abraçou.

- Como assim Maria?

- Sei lá, é uma impressão, uma dor, um aviso. Algo mudou. Ou ele deixou de gostar de mim ou, sei lá, está a fim de alguém.

- Então são apenas conjecturas?

- Eu sei o que falo. Algo está errado. Algo nele está diferente, sua fisionomia sempre tão branda se modificou e não é problema de gases.

Rimos.

- Já sei, você está de TPM – Arriscou Maria da Glória.

- Não. E hoje nem é segunda-feira.

PAUSA: Isso é muito importante, eu não gosto de segundas, são medonhas, enfadonhas, neuróticas e agourentas, realmente detesto as segundas, o mundo vive com medo da tal sexta-feira 13 porque nunca se deram conta que vários problemas e desencontros acontecem exatamente numa segunda-feira (FIM DA PAUSA).

Não demorou muito e lá estava o Jorge me chamando, havia ido me buscar. Suspirei, joguei a dor para dentro e saí como se nada houvesse acontecido, eu era muito boa nisso e normalmente me ajudava muito. Hoje? É outra história.

Depois desse dia de desabafo com minha amiga Maria da Glória, destravou o raio da tramela da minha língua e passei a falar para quase todas minhas amigas. Já tinha uma legião de odiadoras da dita cuja sem nome que acabara de mudar para a minha mente tão calidamente fértil, mas, homens são homens e ponto final, de uma forma ou de outra acabam se traindo.

Os dias passaram e fui notando um nome novo nos comentários do Jorge.

Maria Angélica!

Alerta geral!

Cada situação parecia lembrar uma tal fulana, mas, uma fulana que eu nunca ouvira falar, em dez anos dá para conhecer até um estádio de futebol repleto de amigos e ex-namoradas. Ali naquele nome morava o perigo.

Antenas ligadas, sentidos aguçados, garras afiadas, dentes prontos a triturar... Credo! Já estava me sentindo uma lutadora de sumô... Ah ah ah.

- A Maria Angélica falou. - Porrada na cara.

- Essa música lembra que a Maria Angélica...

Puxão de cabelo. Mordida na orelha.

Acho que meu olhar disse tudo isso junto. Nossos olhos se encontraram.

- Maria preciso lhe falar sobre a Maria Angélica.

Fui a nocaute!

Prólogo

PRÓLOGO
Eu sou MARIA... Nasci num dia comum, num lar comum, para ter uma história de vida comum... Tem gente que é assim e não sou diferente. Classe média, pai pintor (de parede), mãe dona do lar, primogênita de cinco. Beleza comum, cabelos comum até demais... Estudei na periferia de uma cidade do interior de São Paulo conhecida como “Cidade Jóia”. Geminiana sem grandes planos para a vida. Meus amigos planejavam após a formatura trabalhar no banco da cidade, no correio da cidade, na escola da cidade, credoooo o que eu mais queria era sair daquela cidade... Me achava uma pessoa incrível e diferente, pronta pra fazer coisas diferentes, viver emoções únicas... Pobre de mim, não sabia que a vida mudaria tanto e que meus desejos seriam realizados... Hei! Muito cuidado com o que deseja... Esse Blog foi criado para contar minha história, esse é o meu e-book,
um livro verídico com páginas publicadas semanalmente...
Você vai se supreender com o que ainda vem no "BLOG DA MARIA"